26 outubro, 2010

Erros e punições no passado!

Erros ensinam. Mas, após assimilar a lição, parceiros devem esquecê-los

Ninguém precisa passar a vida inteira amargurado pelo fato de ter cometido um erro. Num relacionamento amoroso, o deslize de um dos parceiros pode ajudar os dois a crescerem. No entanto, há pessoas que não conseguem aceitar falhas — as suas e as dos outros — e acabam transformando em martírio eterno algo que poderia muito bem ficar no passado.







Todos nós cometemos erros. Errar faz parte do crescimento, do aprendizado. Porém, muita gente tem dificuldade de lidar com essa questão. Ou não aceita os próprios erros ou não consegue assimilar os dos outros. Numa relação, isso pode ser muito desgastante.

A maneira como uma pessoa se relaciona com o erro é construída desde a infância, a partir das reações dos pais às suas falhas. Pais com mentalidade, digamos, saudável aproveitam as escorregadelas dos filhos para ensiná-los. Dizem: "Tudo bem que você errou, mas na próxima vez você já sabe o que acontecerá se agir da mesma forma". Já os pais mais rígidos não toleram ver o filho errar, ficam estressados se ele tem dificuldade de aprender e perdem a paciência quando o veem cometendo deslizes que são comuns na infância. Gente com este perfil se esquece de que os erros são uma forma de as pessoas se prepararem para as vitórias e as conquistas futuras, não são pecados mortais.

Se na infância nossos pais nos punem quando erramos, ao nos tornarmos adultos nossa mente os substitui na tarefa. Nós mesmos passamos a nos castigar quando erramos. E castigamos também as pessoas com quem nos relacionamos quando elas erram.

Você certamente já viu isso acontecer. Muitas vezes, num casal, um dos parceiros teve uma atitude errada no passado e o outro está sempre relembrando o tal evento. Aquele que errou, obviamente, se martiriza. Pessoas assim encaram qualquer erro do outro como algo terrível. É como se ele ou ela tivesse a obrigação de ser perfeito ou perfeita sempre.

Muitos casais ficam presos na insônia ou em vícios, como os da comida, da bebida e do cigarro, porque não conseguem se desligar de alguma escorregadela antiga de um ou de outro. Não sabem como zerar o passado e começar um novo futuro e escolhem se autopunir.

Mas os erros não precisam ser fontes de castigo, culpa ou vergonha. Eles podem, ao contrário, ser fontes de virtudes, se estiverem a serviço do aprendizado. A culpa e o medo nos paralisa e nos deixa presos a inverdades. Aqueles que não matam diariamente dentro de si o compromisso com a perfeição sofrem tanto que não se dão conta de que se autoescravizam.

As falhas podem e devem ser vistas como amigos que acompanham o casal na caminhada da vida até que eles aprendam algo. Quando ambos entendem isso, o "senhor erro" se despede e os deixa seguir sozinhos, porque sabe que o casal captou o recado. E, se ele voltar, o casal precisa decifrar a razão de sua presença, que talvez signifique a necessidade de melhorar algo na vida em comum.

Todo aquele que reconhece essa verdade habitua-se a se desculpar quando erra e é capaz de entender os erros do outro. Assim, age de forma majestosa, pois abre portas para novos recomeços. Há muita graça nos reinícios da vida, se os vemos como perspectivas de crescimento. Nossa existência é curta demais para ficarmos presos a situações que não podemos mudar, a fatos que deveriam ter ficado no passado. É um sofrimento inútil e está nas nossas mãos o poder de dizer: "Chega!". Além disso, é certo que outros erros virão e o melhor a fazer é ficarmos atentos a eles, para que possam nos ensinar a viver de maneira cada vez mais harmoniosa com o nosso amor.
*Karine Rizzardi, psicóloga em Cascavel (PR) especialista em casais, família e em aconselhamento familiar, fez pós-graduação em Psicologia na Chicago University, em Chicago, nos Estados Unidos, e é membro da Associação Brasileira de Terapia Familiar (Abratef). E-mail: drakarinerizzardi@gmail.com

15 outubro, 2010

Sobrevivendo


É estranho

Tanta estranheza

É natural

Tanta incerteza

Por que não seria assim?

A vida corre...

Diante...

Dentro... Para mim...

Em mim

Sem delicadeza

Rasga, sangra

Incendeia

Não faz questão de sutileza

É intensa

Choros arrancados da alma

Dramas de uma vida dolorida

Risos escancarados do coração

Escândalos de uma vida divertida

Imensidão de sentimentos

Opostos convivendo

Sobrevivendo na inconstância

De um ser

Que de si não consegue arrancar

O prazer de ser “dual”



Giovana Mendhes - http://butterflyfasesefaces.blogspot.com/2010/09/sobrevivendo.html

14 outubro, 2010

Entregue-se ao imprevisível e encontre o amor!

por
:: Rosana Braga ::


Se existem verdades absolutas neste mundo, uma delas é que todos nós temos medo de sofrer. Assim, ingenuamente tentamos controlar as situações ao nosso redor, como se isso fosse possível...
Obcecados por esse desejo de nos proteger, gastamos nossa energia e nosso tempo tentando controlar os pensamentos, as atitudes e até os sentimentos das pessoas que amamos e que, sobretudo, desejamos que nos amem.

No entanto, não nos damos conta de que a vida se baseia no imprevisível, no incontrolável, no surpreendente! Nenhum sentimento é garantido, nenhuma conseqüência é revelada antecipadamente. O futuro é totalmente incerto.

E apesar de tamanha imprevisibilidade, temos em nosso coração toda a possibilidade de conquistarmos o que e quem amamos, o que é muito diferente de controlar, prever ou obter garantias!
Muitas pessoas não conseguem encontrar um amor, não se entregam a uma relação profunda e verdadeira simplesmente porque estão, todo tempo, tentando obter certezas. As perguntas não param de gritar, as dúvidas não têm fim e o medo de se deparar com a dor parece assombrar milhares de corações, impedindo-os de enxergar uma outra possibilidade, tão plausível quanto a de sofrer.
Será que ele me ama? Será que vale a pena perdoar e tentar de novo? Será que ele não vai me trair? Será que não estou sendo idiota? Será que não vou sofrer mais do que se ficar sozinho? Será? Será?...

O que será, eu responderia com muita tranqüilidade, não importa agora! Na verdade, nunca importará! A pergunta correta é: Eu quero? Quando aprendermos a responder, com respeito e responsabilidade, essa simples perguntinha, teremos previsto qualquer possibilidade.

Sim, porque o amor é uma chance, uma oportunidade; não uma garantia; nunca uma certeza! Podemos vivê-lo conforme nossa vontade, de acordo com nosso coração ou... passaremos a vida inteira tentando controlar o incontrolável, garantir o incerto!

Jamais teremos como saber se o outro está sendo fiel, se o amor que sentimos é correspondido na mesma medida, se vamos sofrer ou seremos felizes. Jamais saberemos do amanhã ou do outro.
Então, que usemos nossa inteligência, a despeito de todo o medo que isso possa nos fazer sentir. Ou seja, que possamos, de uma vez por todas, abrir mão dessa tentativa inútil de controlar o amor, a vida e o outro e nos concentremos em nós, em nosso coração e em nossos reais objetivos!

Descobriremos que nos ocupar com nossos próprios sentimentos já é trabalho para vida inteira. Descobriremos que agir conforme nossa vontade é o bastante para que nos sintamos preenchidos, embora possamos mesmo vir a sofrer... simplesmente porque o sofrimento é uma possibilidade tão possível quanto a felicidade!

E digo mais: só conseguiremos entrar de fato no coração de alguém, mesmo sem termos certeza disso, quando tivermos a audácia e a coragem de nos entregar ao imprevisível; quando conseguirmos compreender que a segurança é mérito pessoal, interno, sentimento que não se pode ter em relação a ninguém além de nós mesmos.

Portanto, para todas as pessoas que têm me perguntado sobre qual é o segredo para viver o amor sem sentir tanta insegurança, tanto ciúme e tanto medo de sofrer, aproveito este momento para responder: o segredo está em saber se você quer, se você realmente quer! Porque se você quiser e fizer por merecer, agindo você com sinceridade, qualquer possibilidade de dor e sofrimento valerá a pena. Porque quando a gente quer de verdade, com o coração, a magia do amor nos faz entender que sofrer faz parte do caminho e, no final das contas, é tudo crescimento, aprendizagem, evolução e, por fim, a tão desejada felicidade.
E não que ela esteja no final do caminho ou no final da vida, simplesmente porque ser feliz é isso: entregar-se ao imprevisível e aceitar a dor e a alegria como partes do amor! E quando penso que essa entrega é realmente difícil, me lembro de uma frase que gosto muito:

"Se o seu problema tem solução, relaxe... ele tem solução.

E se o seu problema não tem solução, relaxe... ele não tem solução!"

É uma frase engraçada, mas muitíssimo sábia. Portanto, quando estiver doendo muito, não resista! Simplesmente relaxe e aceite, pois a resposta virá!