11 dezembro, 2011

Solidão

E depois de muitos anos acompanhada, um momento de solidão. Uma solidão por opção.
Talvez estive só antes mesmo de estar só. Sábados a noite só eram possíveis se os pais não estivessem em presença.
Agora, eu escolho os meus sábados a noite. Escolhi estar só. E pra que?
O que a solidão traz de bom se o seu próprio nome já tem o tom da tristeza?
Será que viver a solidão é estar consigo? E antes ? não estive?
Será que quando fazemos questão de ouvir a voz de outro ao ouvido é uma forma de estar longe de sua própria voz? Essas são as respostas que busco... busco na solidão!
A essa altura da vida uma solidão pode ser perigosa, não sou mais a princesinha com aquele corpinho de antes... já não sou tão ingênua como a princesinha de antes. Depois de anos relacionando-me, uma certa maldade tomou conta de mim... pensamentos ruins... medos, assombros, ilusões, pesadelos, memórias...
E a bagagem que está comigo neste desembarque solitário, será a que levarei no próximo trem?
Talvez o desembarque solitário me favoreça o abandono desta bagagem em qualquer banheiro sujo...
Talvez ela seja parte de mim agora, e por onde quer que eu vá, seja em qual direção seguir, ela esteja comigo...
E se ela estiver comigo?
Serei expulsa do próximo trem? E então viverei a pior solidão de todas, a solidão imposta?
Será?
No início desta solidão opcional, somente as perguntas me invadem. Respostas? Nenhuma.
A solidão do hoje tem me feito bem... A minha bagagem não me incomoda, está encostada no banco que estou sentada... Não preciso dela no momento.
O que estou vendo é uma estação com cores, com pessoas andando, eu sentada no meu banco sem uma companhia à direita e nem à esquerda. Feliz por estar só.
E daqui a uma hora?
O meu trem vai passar?

é... a solidão traz ansiedade...

Lá vem o trem!